domingo, 24 de outubro de 2010

Fundo do baú

Olá a todos !


Finalmente o dono do blog resolve dar sinal de vida ! Se bem que as visitas andam raras, o que não é um motivo de alegria para o escritor que vos fala. Estava arrumando parte dos objetos do meu quarto para realizar a mudança e encontrei uma crônica que escrevi na oitava série ( não sei como esse papel não foi jogado fora!). Que grata surpresa ! E achei também um soneto, ambos sobre idosos. Vejam:


                                                                           Soneto do Idoso


Felicidades fizeram o tempo passar.
Tristezas passaram, mesmo torturantes,
Como o vento esvoaçante
Que passou de repente.


Cabelos brancos apareceram.
Os outros transformaram-se como mágica.
Da pele o liso virou o rugoso
Do que um dia era sedoso.


Dos amigos, poucas amizades
que resistiram ao tempo
que passou de repente.


O preconceito apareceu num instante
Que acaba com toda alta estima
De quem uma vida viveu.




E a crônica junto com o comentário da professora (perdoem-me o exibicionismo, mas não resisti!):


                                                                    Como é difícil envelhecer


   Tudo está mudando em mim...Pele, rosto, o corpo em geral...Tenho dificuldades, aliás muitas, e só agora estou começando a aceitá-las...
   Viver bem com a aposentadoria no Brasil está cada vez mais difícil...Felizmente não preciso usar a aposentadoria para comprar remédios...Ainda bem, pois com todos os preços aumentando hoje em dia, eu economizo bastante...
   Tem aqueles que, quando me vêem na rua ou em outro lugar, me desrespeitam completamente como pessoa...Sinceramente, eu não sou obrigado a aturar tal desrespeito, mas eu tenho pena dessas pessoas...Elas não sabem como é bom compartilhar experiências com pessoas mais velhas...
   E, mesmo com todas essas dificuldades, que são totalmente mesquinhas, sou feliz. Tenho família, amigos, netos...Tenho uma vida normal, com saúde e harmonia.


Comentário da professora : " Você foi muito feliz ao escrever sua crônica, pois conseguiu me passar um texto reflexivo e crítico, e mais, pareceu sim que você era um idoso mesmo. "


E assim acontece a ressurgência das minhas memórias...Mais uma vez...Boa semana a todos ! 

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O fármaco virtual

   Um dos fatos históricos que exerceu- e ainda exerce- grande influência na sociedade é, sem dúvida, a disseminação da internet. Com ela, vieram vantagens, tais como uma troca de informações mais rápida entre os indivíduos; porém, na "Pasárgada" imaginária, nem tudo são flores. Por quê?
   Simples. A "terra do WWW" é, para alguns, o ópio da vida contemporânea. Nesse lugar imaginário, muitas pessoas passam boa parte da existência tentando se esquecer das chagas que as afligem. Por minutos, horas- em casos mais graves, dias seguidos- tais indivíduos se esforçam para construir um outro "eu" que esteja de acordo com as pressões do meio onde vivem.
   Outro aspecto lamentável de se constatar é que esse meio de comunicação pode deixar as pessoas menos criativas. Ao permanecerem "plugadas" o tempo inteiro, elas acabam não tendo tempo sequer para descansar ou para sair a um passeio. Preferem a selva de silício à de árvores de fato. Ora, é com a mente tranquila que normalmente surgem novas ideias. Um exemplo disso é o de Beethoven, que estava passeando em uma floresta quando criou a belíssima Sexta Sinfonia.
   Enfim, a internet é como um fármaco. Usada com moderação, é um remédio; usada em excesso, é um veneno. E é triste concluir que o último caso, infelizmente, é cada vez mais comum entre os indivíduos. E assim morrem as oportunidades de ter grandes ideias.