segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O fármaco virtual

   Um dos fatos históricos que exerceu- e ainda exerce- grande influência na sociedade é, sem dúvida, a disseminação da internet. Com ela, vieram vantagens, tais como uma troca de informações mais rápida entre os indivíduos; porém, na "Pasárgada" imaginária, nem tudo são flores. Por quê?
   Simples. A "terra do WWW" é, para alguns, o ópio da vida contemporânea. Nesse lugar imaginário, muitas pessoas passam boa parte da existência tentando se esquecer das chagas que as afligem. Por minutos, horas- em casos mais graves, dias seguidos- tais indivíduos se esforçam para construir um outro "eu" que esteja de acordo com as pressões do meio onde vivem.
   Outro aspecto lamentável de se constatar é que esse meio de comunicação pode deixar as pessoas menos criativas. Ao permanecerem "plugadas" o tempo inteiro, elas acabam não tendo tempo sequer para descansar ou para sair a um passeio. Preferem a selva de silício à de árvores de fato. Ora, é com a mente tranquila que normalmente surgem novas ideias. Um exemplo disso é o de Beethoven, que estava passeando em uma floresta quando criou a belíssima Sexta Sinfonia.
   Enfim, a internet é como um fármaco. Usada com moderação, é um remédio; usada em excesso, é um veneno. E é triste concluir que o último caso, infelizmente, é cada vez mais comum entre os indivíduos. E assim morrem as oportunidades de ter grandes ideias.

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