sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A importância da leitura

   "Um país se faz com homens e livros". Essa frase do ilustre escritor Monteiro Lobato sintetiza bem a tese de que a leitura é um dos tijolos necessários à construção da cidadania. Mas, afinal, como um ato tão simples como o de ler pode apresentar consequências tão positivas e substanciais?
   Isso se deve ao fato de que, muitas vezes, poucas palavras agregam uma densidade de significados enorme. Para interpretá-las, é fundamental estabelecer relações intertextuais nem sempre óbvias, o que força a mente a se expandir de uma maneira sem precedentes.
   A implicação dessa ação é, sem dúvida, a expansão dos horizontes. É como se fossemos míopes antes e, após a leitura, passássemos a ler de óculos com nitidez de olhos de águia. Ora, tamanho crescimento intelectual poderá imbuir os indivíduos de criticidade e, assim, eles terão a noção de que é possível promover mudanças positivas na sociedade. Enfim, como afirma o inteligentíssimo cientista Albert Einstein, "A mente que se abre a uma nova idéia[sic] jamais voltará ao seu tamanho original.".





sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O fim dos malditos frutos

    Um jovem homossexual anda tranquilamente na rua acompanhado por um amigo. Eles conversam enquanto caminham pela calçada. De repente, um adolescente preconceituoso os avista, pega uma lâmpada e a quebra no rosto de um dos jovens. Essa cena, infelizmente, não é a de um roteiro de cinema. Ela aconteceu, de fato, no ano de 2010. Esse é um exemplo trágico de intolerância vivenciado pela população brasileira. Aliás, a intolerância é uma árvore maldito cujos frutos devem ser destruídos.
    Um deles é, sem dúvida, a intolerância religiosa. Muitos integrantes de certos cultos religiosos acreditam fervorosamente que a única religião válida é aquela que eles praticam. E, por mais incrível que possa parecer, matam em nome de um deus e ainda alegam que serão recompensados por terem promovido uma "purificação". Essas são as "Cruzadas" contemporâneas. Elas são bem visíveis principalmente no Oriente Médio.
    Outro exemplar é a intolerância sexual. É lamentável constatar a existência de grupos cujo único objetivo é exterminar todos os indivíduos que apresentem orientação sexual considerada fora do padrão, tal como gays, lésbicas e travestis. Nesse caso, é explícito o fato de que, nesse jogo de xadrez, vidas humanas são colocadas em xeque. Ora, é imperativo não permitir atos dessa natureza. O convívio em sociedade requer a aceitação de idiossincrasias diferentes. A unicidade de cada ser humano é o adubo que enriquece a existência humana na Terra.
    Enfim, é possível citar vários "irmãos" que pertencem à família desse "vegetal" detestável. É ele- a intolerância- que faz com que a maioria dos indivíduos concorde com a frase de Sartre: "O Inferno são os Outros.".E ainda podemos complementar esse pensamento pessimista com uma constatação de Rousseau: "O homem é bom, a sociedade é que o corrompe.".Nesse caso, espera-se que os indivíduos sejam capazes de cortar esse mal pela raiz, para que se acabe com os "Infernos" e, também, para não se observe mais homens sendo corrompidos que façam jus às palavras de Thomas Hobbes: "O homem é o lobo do próprio homem.".




Essa foi a redação que eu escrevi na prova da Unifesp(16/12/2010). Espero que os corretores gostem dela. Isso me ajudaria muito !! Há mais de um mês eu não posto nada aqui. Decidi presenteá-los com esse texto que, na minha opinião, foi o melhor que eu produzi em 2010, juntamente com o "Baile de máscaras Veneziano". 
Desejo aos visitantes desse blog um belo Natal e um 2011 inesquecível. Não deixem de viver intensamente e de realizar os seus maiores sonhos. E, quando tiverem um pouquinho de tempo, passem aqui e deixem os seus comentários. Será um prazer respondê-los.


Um grande abraço !

domingo, 21 de novembro de 2010

Vida diluída e narrativa

    Olá, nobres leitores ! Deveria dizer leitoras, até porque aqui elas são a maioria que dedicam parte do precioso tempo livre que apresentam em suas rotinas cotidianas muitas vezes caótica. Mas o que posso dizer...A gramática é machista. Estão vendo o título acima? Ele é a síntese de como me sinto nesse momento. Cometi um erro que diluiu meu futuro. E COMO ! 
   Já sei, vocês não são o meu "Muro das lamentações" particular. Por isso, escrevi uma pequena narrativa. Na verdade, essa é uma proposta de redação da Unicamp 2010. Fala sobre a convivência da geração mais jovem com os mais velhos. Divirtam-se ! E já alerto: esse não é um texto autobiográfico.


                                                                 Vida, uma eterna (des)construção


   Sou um jovem comum. Tenho 21 anos e, atualmente, curso engenharia civil. Chegar a esse estágio não foi brincadeira. Foram três- sim, isso mesmo! - anos de curso pré-vestibular. Pouca balada, poucos encontros com os amigos, enfim...Anos de sacrifício.
   Quando finalmente conquistei a minha vaga na universidade, mudei de endereço. Passei a morar com os meus avós. Pensei que não fosse enfrentar dificuldades, pois sempre adorei visitá-los. Quanta ingenuidade !
   Já nos primeiros dias, tive que conferir se eles realmente estavam tomando todos os remédios no horário certo. Que trabalho ! Os dois fogem de comprimidos tal como a presa foge do predador. E ensiná-los a mexer no computador? Nossa...Eles não se lembravam de nada que eu explicava. E a tudo isso se somava as broncas que eu recebia toda vez que eu voltava tarde de uma festa.
   O lado bom de todo esse convívio é, sem dúvida, a troca de experiências. Os dois eram formados em em engenharia civil e, apesar da idade, a memória deles me causava espanto. Imagine você que eles respondiam às minhas dúvidas sobre resistência dos materiais ! E a isso se integrava um carinho e um respeito inigualáveis.
   Embora os conflitos entre as nossas gerações sejam de difícil solução, o amor de avós e de netos prevalece. Na engenharia civil, construirei e demolirei prédios e casas. Na vida, tanto eu como os meus avós viveremos em constante transformação, construindo e desconstruindo saberes. E assim continuamos evoluindo. Fazemos jus à música de Raul Seixas: "...Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante/ do que ter aquela opinião formada sobre tudo...".  
   

domingo, 24 de outubro de 2010

Fundo do baú

Olá a todos !


Finalmente o dono do blog resolve dar sinal de vida ! Se bem que as visitas andam raras, o que não é um motivo de alegria para o escritor que vos fala. Estava arrumando parte dos objetos do meu quarto para realizar a mudança e encontrei uma crônica que escrevi na oitava série ( não sei como esse papel não foi jogado fora!). Que grata surpresa ! E achei também um soneto, ambos sobre idosos. Vejam:


                                                                           Soneto do Idoso


Felicidades fizeram o tempo passar.
Tristezas passaram, mesmo torturantes,
Como o vento esvoaçante
Que passou de repente.


Cabelos brancos apareceram.
Os outros transformaram-se como mágica.
Da pele o liso virou o rugoso
Do que um dia era sedoso.


Dos amigos, poucas amizades
que resistiram ao tempo
que passou de repente.


O preconceito apareceu num instante
Que acaba com toda alta estima
De quem uma vida viveu.




E a crônica junto com o comentário da professora (perdoem-me o exibicionismo, mas não resisti!):


                                                                    Como é difícil envelhecer


   Tudo está mudando em mim...Pele, rosto, o corpo em geral...Tenho dificuldades, aliás muitas, e só agora estou começando a aceitá-las...
   Viver bem com a aposentadoria no Brasil está cada vez mais difícil...Felizmente não preciso usar a aposentadoria para comprar remédios...Ainda bem, pois com todos os preços aumentando hoje em dia, eu economizo bastante...
   Tem aqueles que, quando me vêem na rua ou em outro lugar, me desrespeitam completamente como pessoa...Sinceramente, eu não sou obrigado a aturar tal desrespeito, mas eu tenho pena dessas pessoas...Elas não sabem como é bom compartilhar experiências com pessoas mais velhas...
   E, mesmo com todas essas dificuldades, que são totalmente mesquinhas, sou feliz. Tenho família, amigos, netos...Tenho uma vida normal, com saúde e harmonia.


Comentário da professora : " Você foi muito feliz ao escrever sua crônica, pois conseguiu me passar um texto reflexivo e crítico, e mais, pareceu sim que você era um idoso mesmo. "


E assim acontece a ressurgência das minhas memórias...Mais uma vez...Boa semana a todos ! 

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O fármaco virtual

   Um dos fatos históricos que exerceu- e ainda exerce- grande influência na sociedade é, sem dúvida, a disseminação da internet. Com ela, vieram vantagens, tais como uma troca de informações mais rápida entre os indivíduos; porém, na "Pasárgada" imaginária, nem tudo são flores. Por quê?
   Simples. A "terra do WWW" é, para alguns, o ópio da vida contemporânea. Nesse lugar imaginário, muitas pessoas passam boa parte da existência tentando se esquecer das chagas que as afligem. Por minutos, horas- em casos mais graves, dias seguidos- tais indivíduos se esforçam para construir um outro "eu" que esteja de acordo com as pressões do meio onde vivem.
   Outro aspecto lamentável de se constatar é que esse meio de comunicação pode deixar as pessoas menos criativas. Ao permanecerem "plugadas" o tempo inteiro, elas acabam não tendo tempo sequer para descansar ou para sair a um passeio. Preferem a selva de silício à de árvores de fato. Ora, é com a mente tranquila que normalmente surgem novas ideias. Um exemplo disso é o de Beethoven, que estava passeando em uma floresta quando criou a belíssima Sexta Sinfonia.
   Enfim, a internet é como um fármaco. Usada com moderação, é um remédio; usada em excesso, é um veneno. E é triste concluir que o último caso, infelizmente, é cada vez mais comum entre os indivíduos. E assim morrem as oportunidades de ter grandes ideias.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Primeiro nos roubam uma flor...

   A floresta Amazônica é um ecossistema que concentra uma biodiversidade única de espécies tanto da fauna quanto da flora. Toda essa riqueza natural, associada à grande disponibilidade de água, já despertou o interesse de nações estrangeiras que almejam, a todo custo, internacionalizar esse território brasileiro. Tal fato é peremptoriamente inaceitável e configura uma ameaça à soberania nacional.
   Muitos países desenvolvidos que já usaram boa parte dos próprios recursos naturais tentam realizar uma internacionalização de maneira lenta e gradativa. Ela ocorre com a aquisição de terras por estrangeiros, com a instalação de indústrias farmacêuticas e com a abertura ao mercado externo. Esses setores aproveitam essa brecha constitucional visando ao próprio enriquecimento. Há, por exemplo, remédios patenteados a partir de substâncias encontradas em plantas nativas da Amazônia e o Brasil não ganhou um centavo sequer por isso.
   Outro fator considerado pelas nações estrangeiras para apoiar a tese de que a Amazônia é um patrimônio da humanidade é a riqueza em água. Tal composto é motivo de briga em muitos países. Garantir o consumo das próximas gerações seria, pois, justificável. Só que isso faria, provavelmente, com que a própria população brasileira ficasse sem água. E esse sim é mais um argumento para evitar que um absurdo dessa magnitude se concretize. 
   Primeiro nos roubam uma flor e não dizemos nada. Depois nos roubarão um território e uma biodiversidade sem igual e não diremos nada? É fundamental tomar medidas, tais como a intensificação da fiscalização, para evitar que essa riqueza seja colocada nas mãos estrangeiras assim como ocorreu no período colonial.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Praga constitucional

   Sem dúvida, a ambição dos homens é conflituosa quando o assunto é a preservação do meio ambiente. Devido a esse desejo irrefreável de acumular riqueza, muitas florestas deram lugar a selvas de pedra. E uma das consequências mais visíveis disso é o Novo Código Florestal Brasileiro, que configura um dos maiores retrocessos já vistos no que tange a cuidar da natureza.
   Os defensores dessa praga constitucional afirmam que diminuir para 50%- antigamente, 80%- a área de cultivo aumentará a produtividade, seja ela no cultivo de alimentos ou na criação de animais. Embora esse argumento seja seja lógico, ele é pífio se considerarmos as inovações no campo agropecuário. Graças ao maciço investimento em pesquisas, houve um crescimento substancial na produtividade. Esse sim foi um fator determinante na queda do preço dos alimentos e não o aumento de terras cultiváveis, como garante a senadora Kátia Abreu - presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
   Outro fato lamentável de se constatar é a anistia dos desmatadores. Ora, se desmatando ilegalmente eles já foram perdoados, imagine o que farão dentro da legalidade? Árvores em um futuro não muito distante só poderão ser vistas em livros de botãnica. Isso soa como música para os grandes latifundiários que, de agora em diante, continuarão a exercer mais influência.
   Aliás, esses poderão negociar diretamente com as Prefeituras e com os Estados ao invés de negociar com o governo federal. Não é preciso raciocinar muito para inferir que os Estados que apresentarem uma regra mais flexível irão se beneficiar mais em relação aos outros.
   Enfim, o retrocesso na questão ambiental é lastimável. Em vez de pensarem no desenvolvimento sustentável, muitos produtores preferem um lucro imediato. E assim observamos a expansão do "ecossistema" da selva de pedra e das florestas de soja e de outras monoculturas no Brasil.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Solução alternativa

   Já é mais do que evidente na sociedade o fato de que os governos estão sem condições de promoverem mudanças significativas no que tange ao bem-estar social. Tal afirmação se alicerça no número absurdo de desvios de verbas que, de tão comuns, aparentam ser crônicos. Nesse contexto, o Terceiro Setor- as organizações não-governamentais mais conhecidas como ONGs- tem um papel substancial para promover melhorias na vida do cidadão.
   Essas entidades, apesar de fazerem parte do setor privado, não visam ao lucro. Ou seja, elas não apresentam um desejo inesgotável de acumular riquezas. Ora, se não há ganância e uma "ética" de mercado, então é possível inferir que a principal meta será ajudar as pessoas que não são assistidas pelo Estado de bem-estar social.
   Outro aspecto interessante a ser ressaltado por esse Setor é que ele estimula a participação comunitária. Isso gera nos indivíduos uma noção maior de coletividade, o que contribui para que esses ajam de maneira ativa na resolução de problemas na sociedade.
   A adesão ao Terceiro Setor é fundamental para consolidar a democracia. Assim, cada cidadão terá consciência dos próprios direitos e deveres e poderá ajudar a resolver de forma alternativa estigmas sociais que tanto flagelam os indivíduos da sociedade.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Compro, logo existo

Consumo. Essa palavra aparentemente simples é um dos pilares que alicerça o capitalismo. É o consumo que faz com que muitas empresas prosperem enquanto outras decretam falência. Descartes formulou a célebre frase "Penso, logo existo" ao questionar a própria existência. Hoje em dia, com uma frase semelhante, podemos afirmar : "Compro, logo existo".
Para comprovar esse pensamento, pode-se recorrer a um fato muito simples: quem vive em condição miserável não existe para as empresas. Esses indivíduos não são interessantes do ponto de vista econômico, pois em nada podem contribuir para movimentar as engrenagens dos motores da economia. Ora, se não há gastos, as empresas não têm lucro, tampouco inovação e desenvolvimento.
Será isso que faz com que o governo invista em programas sociais como o Bolsa Família? Não. Esse programa apenas cumpre um papel de tapar buracos. O problema em si não é resolvido. A economia ficaria mais aquecida se esses "fantasmas" se materializassem, ou seja, com a criação de empregos cujos salários sejam dignos para sustentar uma família. Assim, essas pessoas apresentariam um poder aquisitivo maior e, consequentemente, haveria um aquecimento da economia.
Outro aspecto interessante a ser analisado é o quão real você pode ser aos olhos do capitalismo, porque existem também seres translúcidos e outros extremamente materializados. Como? Há uma classificação nas entrelinhas e o principal fator que a embasa é o poder aquisitivo. Como já foi mencionado, os mais pobres não fantasmas que contribuem muito pouco. Já os de classe média são translúcidos, podem contribuir mais. E enfim há os mais abastados que consomem muito mais. São os seres materializados de fato. Esses sim usufruem de luxos e podem sustentar todo um sistema cruel que impede, muitas vezes, a ascensão social de classes inferiores.
Após essas reflexões, pode-se concluir que só existem no sistema capitalista os indivíduos que podem contribuir de maneira significativa com os motores da economia. Só assim os empresários podem nadar no mar de doláres ou, melhor ainda para eles, no de euros. Quem não tem condições de lubrificar esse motor com óleo(aqui, o dinheiro) fica à margem da sociedade e com pouquíssimas chances de ascender socialmente. E assim permanessem essas almas penadas que os capitalistas fazem de tudo para esconder.

sábado, 4 de setembro de 2010

Contratempos e roteiro de novela

Devido a um número grande de afazeres, acabei deixando de lado o blog. Vim aqui tirar algumas teias de aranha. Mas não pensem que eu chutei o balde. Tenho várias ideias na cabeça já. Os próximos assuntos estão relacionados ao ato de comprar e à utilização de animais em testes clínicos de medicamentos. Por enquanto, deliciem-se com um capítulo feito no Mundo Perfeito(sim, Nina, funciona para não escrever textos ou comentários pouco humorados...ainda bem!Aliás, já aproveito para dizer que, apesar de aquela ser realmente a minha opinião, eu reconheço que o tom foi agressivo e desproporcional à situação. Alguns acontecimentos dão um certo fundamento ao ocorrido, mas prefiro não propagar essa discussão.).
Por enquanto, fiquem com o texto gerado pelo site Mundo Perfeito(www.mundoperfeito.com.br/)


Helena, a desavisada - Cena 35000

Garota de Ipanema como trilha incidental. Helena e Osmar estão andando de mãos dadas na calçada. Câmera desfoca no Pão de Açucar que aparece ao fundo, mas ainda é possível identificar o local. Os dois resolvem se sentar num banco pichado pelo Comando Vermelho.

Osmar:

- Você viu o que os noticiários andam inventando? Tráfico, Assassinato e Desigualdade. Quem eles acham que enganam?.

Helena:

- Ah, eu é que não caio nessa. Atualmente eu só acredito em Um botox

Osmar:

- De fato. E se possível em Milão, bebendo Bloody Mary... Hahaha!

Helena:

- Como diria Clotilde: O drink deve estar à temperatura ideal, senão o gosto é alterado e você começa a passar mal.! Aliás, você soube que ela casou com o Fernandinho Beira Mar?

Osmar:

- E quem não soube? Mulher de sorte está aí. Agora tem até segurança com uma pistola na porta de casa!

Helena:

A gente podia marcar de ir amanhã para um restaurante com eles... O que você acha?
Osmar:

Por mim tudo bem, porque eu já sou rico. Mas você não tem trabalho?
Helena:

E você acha que eu me preocupo com uma agência de modelos? Pega o celular e liga para eles...

Osmar tira o celular do bolso. Câmera agora foca no Pão de Açucar. Sobe Garota de Ipanema.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O fim dos haustórios

No que tange à atual conjuntura política brasileira, a impunidade impera de maneira assombrosa. Há vários indícios de desvios de verbas públicas no país tupiniquim, sendo alguns já comprovados por investigações. Nesse contexto, as próximas eleições são uma oportunidade preciosa de o eleitorado promover mudanças que impliquem benefícios para o país.
Ao votar, o eleitor seleciona o indivíduo que considera o mais apto a governar. Para isso, não basta se ater ao mundo imaginário minuciosamente planejado pelos publicitários nas campanhas televisivas. É necessário conhecer o histórico do candidato. Ora, se esse não possui valores éticos bem fundamentados, então não há motivos para elegê-lo, pois ele só trará prejuízos.
Esses prejuízos passam, sem dúvida, pelas mentes de muitos jovens que, ao se inteirar do quadro político, acabam por assumirem uma posição cética em relação a mudanças. Tal caso exige a seguinte reflexão: não se pode esperar que mudanças boas aconteçam com a mesma frequência que as águas torrenciais caem nas florestas tropicais. É preciso, pois, agir ativamente para que elas aconteçam e mudem os rumos da história.
É incontestável o poder que reside sobre o voto. Como diria a escritora Lya Luft, "a urna do voto secreto é um minúsculo espaço onde cada um de nós é rei". É através dele que se poderão eliminar das altas esferas do poder as plantas parasitas(os políticos) que, com seus haustórios(raízes parasitas), sugam a seiva elaborada( o dinheiro público) tão necessária para se efetivar as mudanças.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Enfeite constitucional

Polêmica. Essa palavra é bastante visível quando se trata do projeto de lei que proíbe punição física a crianças. Segundo o governo brasileiro, essa ingerência no ambiente familiar é fundamental para diminuir os casos de violência nesse estrato da população. Tal ação, contudo, provavelmente não surtirá efeitos e constitui um completo equívoco.
Ao instituir essa lei, o Estado tenta exercer uma obrigação que é da família. Ou seja, os pais terão a própria autoridade cerceada pelo governo. Ademais, essa lei é redundante, porque já estão previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente ações que punam os maus tratos aos pequeninos, como a perda da guarda.
Outro aspecto sobre esse projeto é a ingenuidade que o alicerça. Não será através de um projeto de lei que o pensamento dos pais acerca do assunto vai mudar. Para que isso aconteça, é necessário uma tomada de consciência. Nos dias de hoje, educar uma criança é, sem dúvida, uma tarefa difícil. Mas é possível ensinar sem recorrer a castigos físicos diários. O que é ridículo é afirmar que o pai que aplica uma leve palmada na mão de uma criança mal educada é um monstro.
Seria bem mais produtivo para a sociedade, ao invés de discutir esse projeto de lei, tratar de assuntos como o assédio e a permissividade dos adultos em relação às crianças. Essa reflexão geraria leis muitos mais substanciais do que a pífia lei dos castigos físicos que será mais um enfeite na constituição.
Diante de tal conjuntura, é equivocado afirmar que um projeto de lei dessa natureza será a panaceia de todos os males. A caixa de Pandora já foi aberta e só restou a esperança de dias melhores. E de leis mais fundamentadas, sem dúvida.

domingo, 1 de agosto de 2010

Copa do mundo de 2014

Muitos brasileiros vibraram quando foi anunciado que o Brasil sediará a Copa do Mundo de 2014. Faz todo sentido que tal padrão de comportamento seja observado no país pentacampeão nessa modalidade esportiva. Nessa região do planeta, respira-se futebol.
O que não foi considerado, todavia, foram as responsabilidades que esse posto exige. Não há dúvidas de que um evento de tal envergadura gera o aquecimento da economia, fato visível na Cidade do Cabo, palco da Copa de 2010. Mas e a infraestrutura? As cidades que foram escaladas não apresentam um número de hotéis suficientes para acomodar os torcedores que virão de todos os cantos do planeta. Realizar tal façanha não será nada barato. Não se resolve nem os problemas das enchentes cujas águas arrastaram os sonhos de muitos indivíduos e já querem arrumar mais um. Como será que os políticos sairão desse atoleiro?
Falando em verbas para esse evento, a construção dos estádios é outro assunto que tem provocado polêmica. Já há fortes indícios de um superfaturamento na construção de um estádio no Ceará. Com a ajuda de políticos influentes na região, uma empresa com pouca experiência no ramo já arregaça as mangas para começar a erguer o próprio império. Afirmar que haverá beneficiados financeiramente soa como um pleonasmo.
Outro fator que aconteceu na África e que também pode ocorrer no Brasil é o deslocamento desumano de contingentes menos abastados da população. São os moradores de rua, que ocupam as calçadas ou vivem em situação irregular em locais abandonados. Na Cidado do Cabo, vários indivíduos nessa condição foram removidos das áreas centrais da cidade e colocados no assentamento improvisado de Blikkiesdorp. Lá eles vivem agora em barracos de zinco com cerca de dezoito metros quadrados. As paredes são tão frágeis que podem ser cortadas com tesouras. E o pior de tudo é que eles estão afastados da cidade. Ou seja, viram as oportunidades de emprego serem ceifadas pela Copa do Mundo, afinal, não é elegante mostrar a realidade aos turistas.

E aqui no Brasil? Transportarão todos para as lotadíssimas favelas ou darão um passaporte para uma região menos povoada? É só o que falta. Em pleno exercício da democracia, observar um atitude ditatorial.Nesse contexto, é fundamental os veículos de comunicação estarem atentos para que tal irregularidade não seja praticada.
Enfim, há tempo de ver os equivocos e os acertos que serão realizados até 2014. Só nos resta esperar e verificar se o Brasil honrará com os compromissos assumidos perante o mundo. Será lamentável constatar que , enquanto políticos nadam em um mar verde, os menos favorecidos presenciarão um maremoto destruírem a esperança que lhes resta de melhorar de vida.

sábado, 31 de julho de 2010

Valores morais e Catilinas do século XXI

"Os fins justificam os meios". Essa máxima, presente na obra O príncipe de Maquiavel, infelizmente retrata a crise de valores morais vivenciadas na sociedade contemporânea. Na política, é notória a falta de princípios éticos nos desvios de verbas públicas, tanto que se tornou praticamente um pleonasmo afirmar que há políticos corruptos nas altas esferas do governo. brasileiro. Tais valores são fundamentais para se atingir o progresso e cada um ocupa um lugar de destaque nesse contexto.
Pode-se começar com a ética, uma palavra que para muitos é tão arcaica que seria digna de um museu de antiguidades. Agir de forma ética é agir pensando no bem estar da coletividade. Ora, se todos esses indivíduos forem beneficiados por uma ação alicerçada nesse valor, é possível inferir que a individualidade de cada um será respeitada, uma vez que cada um é parte do todo.
A honestidade é outro valor que deve compor uma sociedade mais justa. A história é exemplar em nos mostrar que a mentira provocou crises nos povos antigos. Por exemplo, as catilinárias geraram discussões intensas na antiguidade clássica. Sem essas inverdades, é possível se beneficiar de mais tranquilidade e de menos decepções tão presentes no cotidiano.
A responsabilidade completa o que os "Catilinas" consideram as três maiores utopias da humanidade. Ter consciência da consequência dos próprios atos já é um passo adiante para melhoras visíveis na sociedade. Tudo o que se faz afeta a vida de muitas pessoas, indiretamente ou não. É um efeito dominó, em que uma ação pode afetar a vida de muitas pessoas.
Esses são os três principais valores morais que juntos alicerçam o desenvolvimento das nações, mas a existência dos outros também é importante. Como bem reforçou Murilo Mendes, "A harmonia da sociedade somente poderá ser atingida mediante a execução de um código espiritual e moral que atenda não só ao bem coletivo, como ao bem de cada um". Assim, será feito jus aos dizeres da bandeira brasileira. Ordem e progresso.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Um toque de Midas

Em um mundo globalizado, os avanços tecnológicos ocorrem a uma velocidade espantosa. Prova disso é que diversos equipamentos eletrônicos, como celulares e computadores, se tornam obsoletos rapidamente e assim são jogados fora. Esses aparelhos, quando descartados, constituem o "e-lixo". No Brasil, a discussão sobre o tema é, infelizmente, colocada em segundo plano diante de assuntos considerados mais importantes, como a projeção do país na geopolítica mundial. E a reflexão sobre isso é de vital importância, haja vista que as consequências a longo prazo, caso não sejam tomadas as devidas providências a respeito, serão irremediáveis.
Nesses equipamentos eletrônicos, há substâncias extremamente nocivas à saúde, tais como metais pesados(mercúrio, chumbo, cádmio) além de outros compostos como os de arsênio. Tais substâncias, quando entram em contato com o solo, contaminam a àgua dos lençóis freáticos. Essa água pode chegar, por exemplo, a um rio e causar a morte de inúmeras espécies nesse ambiente aquático. Isso gera um desequilíbrio nas cadeias alimentares e no ecossistema como um todo. E é importante ressaltar que nós, seres humanos, também corremos sérios riscos, porque esses compostos tóxicos não são eliminados do meio ambiente e, por isso, podem estar presentes nos nossos alimentos ou até mesmo na água que bebemos.
Diante desse panorama, é peremptoriamente necessário investir na reciclagem desses materiais eletrônicos, campo no qual ocorreram avanços pífios no Brasil nas últimas décadas. Isso geraria muitos empregos no mercado dos reciclados. Assim, transformaremos esse setor pouco lucrativo em um negócio rentável, um verdadeiro toque de Midas.

Análise dos frutos malditos

Desde o início da civilização, o homem sempre esteve em busca da riqueza e o ápice desse desejo certamente foi no capitalismo. Tal sistema econômico gera progressos, sem dúvida, porém fez germinar um abismo entre os mais abastados e os mais pobres conhecido como desigualdade social. Um dos frutos dessa árvore maldita é a violência, que pode ser vista de várias formas e de inúmeros ângulos.
No que tange aos fenômenos naturais, podemos observar a fúria de vulcões e de tornados. Esses fenômenos causam muitos prejuízos tanto econômicos como psicológicos, principalmente aos mais humildes que não têm como bancar tamanho desastre.
E no que se refere à violência das ruas, temos assaltos, sequestros, estupros. Tais fatores custam a morte de muitos inocentes, mortos por uma bala perdida(ou não). Nesse contexto, o Estado tenta, ainda que precariamente, impedir a disseminação desse mal.
Todavia, a violência tem várias faces e uma delas é a menos conhecida. Sob um outro prisma, é possível verificar a existência de uma violência que ocorre nas entrelinhas. São as mulheres que sofrem diariamente agressões dos maridos, trabalhadores intensa e indevidamente explorados, é o terrorismo psicológico a que todos estão sujeitos. Essa é uma forma sutil que quase sempre passa despercebida e a letargia da sociedade emperra uma busca de soluções para uma equação tão difícil de ser solucionada.
Portanto, a violência é uma chaga social que precisa de ações diversas para ser combatida por completo. Cortar apenas os frutos dessa árvore não adianta, é necessário cortar o mal pela raiz. Só assim teremos melhoras significativas tão almejadas pela sociedade.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sina do fumante

Eu fumo.

Eu morro.
Tu morres.
Ele morre.
Nós morremos.
Vós morreis.
Eles morrem.

Será isso um cachimbo?



Quando duas pessoas olham um quadro, os pensamentos que essa obra de arte provoca nelas é distinto. Em uma, pode suscitar admiração. Em outra, um profundo desgosto. Ou seja, sob diferentes prismas, as perspectivas se diferenciam e tal relatividade das coisas é explícita no cotidiano.
No que tange ao campo físico, o tamanho dos objetos sempre depende do referencial utilizado para fazer a comparação. Por exemplo, o planeta Terra é enorme se o compararmos a uma bola de futebol, mas tem um tamanho desprezível em relação à grandiosidade da Via Láctea.
Já no campo conotativo, as possibilidades apresentam-se quase que infinitas. No quadro do pintor surrealista René Magritte, está escrito "Isto continua não sendo um cachimbo". Nesse caso, o autor faz referência ao fato de a pintura apenas representar um cachimbo e não o ser de fato. Para uma pessoa que nunca tenha visto esse objeto, é apenas uma representação de algo abstrato, fruto da imaginação fértil do artista. Outro exemplo que é possível citar é a relação de afetividade que temos com objetos ou com a natureza. Para um estranho, uma árvore é desprezível, mas para quem cresceu brincando ao redor dela, ela carrega um significado indescritível.
Assim, pode-se afirmar sem sombra de dúvidas que tudo é relativo e que isso se deve à visão única que cada um possui do mundo. Graças a esse fato, podemos nos deleitar com a visão crítica dos filósofos ou com a ignorância tão presente em nossa sociedade.

domingo, 4 de julho de 2010

Baile de máscaras Veneziano

Desde a infância, os seres humanos são condicionados a seguirem várias regras. Vestir-se adequadamente e agir de maneira conveniente em cada situação cotidiana são apenas dois exemplos que pertencem a um grande conjunto de comportamentos que regem a vida na sociedade moderna. Tais influências, infelizmente, podem implicar infelicidade e há muitos exemplos em que isso é bem visível.
Na atual sociedade capitalista, somos encarados ou como consumidores ou como produtos de consumo. No que tange ao primeiro caso, fazemos isso para nos integrar ao meio onde vivemos. Temos sempre que observar as atitudes alheias e incorporá-las a nossa idiossincrasia. E ao inserirmos algo tão comum ao nosso jeito de ser, deixamos de ser nós mesmos. Esse fato ocorre todos os dias, ou seja, "morremos" todos os dias e acabamos com a riqueza única existente dentro de cada um. Como bem disse T.W. Adorno, "Em muitas pessoas já é um descaramento dizerem "Eu" ". Já na acepção de objeto, situação vivenciada por artistas e pessoas públicas, deixa-se de lado o ser coloca-se em destaque o parecer. Esses indivíduos são as "Barbies" e os "Kens" do mundo globalizado, em que é preferível a uniformidade à diversidade.
Nesse contexto, cabe ressaltar o "bom selvagem" de Rousseau: "o homem é bom, a sociedade é que o corrompe". Ou seja, se persarmos friamente, a liberdade de escolhas e de ser você mesmo é completamente inexistente. Somos eternamente induzidos pelas forças que permeiam o nosso meio a sermos como os outros desejam, a fazermos o que eles querem. Tal fato encontra alicerce na frase do filósofo Sartre "O inferno são os Outros", porque a chaga psicológica a que somos submetidos é, muitas vezes, fruto das pressões da sociedade. Sai de cena o sujeito e entra em cena o ator nesse eterno baile de máscaras Veneziano.
Enfim, vivemos em um tempo de restrições, há uma liberdade extremamente velada e uma enorme repressão nas entrelinhas da vida. Na natureza, de acordo com a seleção natural de Darwin, sobrevivem os mais adaptados ao meio. Na selva urbana, onde a competição é mais cruel, vence quem possui as melhores máscaras. É impossível diante de tal conjuntura não ser engolfado pelas mãos esculpidoras da sociedade.

Fênix

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Sempre tive desejo de ter um espaço para publicar textos. Por muito tempo, fatores como preguiça e falta de inspiração foram determinantes para adiar esse projeto. Outras variáveis também ocuparam lugar de destaque, mas não cabe aqui expor as chagas psicológicas a que eu fui submetido nos últimos anos. Aliás, nesse contexto, lembro-me do livro "Muitas Vozes", do Ferreira Gullar. Ele ficou muito tempo sem escrever e então resolveu escrever esse livro. Bom, não tenho nem de perto o talento dele para escrever poesia, tampouco elaboro maravilhas literárias de peso como o Fernando Pessoa ou como o Carlos Drummond de Andrade. Mesmo assim, pretendo me esforçar para publicar bons textos no blog. Quando possível, indicarei notícias relevantes que encontrar na mídia.
O leitor então deve estar se perguntando: o que leva esse autor(um mero mortal) a fazer um site? Simples: vontade de se comunicar, um desejo que, infelizmente, foi colocado em segundo plano diante de inúmeros afazeres do cotidiano. E quanto ao nome do blog? Realmente não foi o auge da criatividade. A intenção é exibir na maioria das vezes acontecimentos simples que implicam grande impacto no cotidiano. Por isso, o nome Tsunami Cotidiano. Não é aquele título "Oh my God", mas quebra o galho. Dita essas palavras finais, espero que gostem do resultado. Não hesitem em deixar os seus comentários. Um abraço ! JAS.