sábado, 31 de julho de 2010

Valores morais e Catilinas do século XXI

"Os fins justificam os meios". Essa máxima, presente na obra O príncipe de Maquiavel, infelizmente retrata a crise de valores morais vivenciadas na sociedade contemporânea. Na política, é notória a falta de princípios éticos nos desvios de verbas públicas, tanto que se tornou praticamente um pleonasmo afirmar que há políticos corruptos nas altas esferas do governo. brasileiro. Tais valores são fundamentais para se atingir o progresso e cada um ocupa um lugar de destaque nesse contexto.
Pode-se começar com a ética, uma palavra que para muitos é tão arcaica que seria digna de um museu de antiguidades. Agir de forma ética é agir pensando no bem estar da coletividade. Ora, se todos esses indivíduos forem beneficiados por uma ação alicerçada nesse valor, é possível inferir que a individualidade de cada um será respeitada, uma vez que cada um é parte do todo.
A honestidade é outro valor que deve compor uma sociedade mais justa. A história é exemplar em nos mostrar que a mentira provocou crises nos povos antigos. Por exemplo, as catilinárias geraram discussões intensas na antiguidade clássica. Sem essas inverdades, é possível se beneficiar de mais tranquilidade e de menos decepções tão presentes no cotidiano.
A responsabilidade completa o que os "Catilinas" consideram as três maiores utopias da humanidade. Ter consciência da consequência dos próprios atos já é um passo adiante para melhoras visíveis na sociedade. Tudo o que se faz afeta a vida de muitas pessoas, indiretamente ou não. É um efeito dominó, em que uma ação pode afetar a vida de muitas pessoas.
Esses são os três principais valores morais que juntos alicerçam o desenvolvimento das nações, mas a existência dos outros também é importante. Como bem reforçou Murilo Mendes, "A harmonia da sociedade somente poderá ser atingida mediante a execução de um código espiritual e moral que atenda não só ao bem coletivo, como ao bem de cada um". Assim, será feito jus aos dizeres da bandeira brasileira. Ordem e progresso.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Um toque de Midas

Em um mundo globalizado, os avanços tecnológicos ocorrem a uma velocidade espantosa. Prova disso é que diversos equipamentos eletrônicos, como celulares e computadores, se tornam obsoletos rapidamente e assim são jogados fora. Esses aparelhos, quando descartados, constituem o "e-lixo". No Brasil, a discussão sobre o tema é, infelizmente, colocada em segundo plano diante de assuntos considerados mais importantes, como a projeção do país na geopolítica mundial. E a reflexão sobre isso é de vital importância, haja vista que as consequências a longo prazo, caso não sejam tomadas as devidas providências a respeito, serão irremediáveis.
Nesses equipamentos eletrônicos, há substâncias extremamente nocivas à saúde, tais como metais pesados(mercúrio, chumbo, cádmio) além de outros compostos como os de arsênio. Tais substâncias, quando entram em contato com o solo, contaminam a àgua dos lençóis freáticos. Essa água pode chegar, por exemplo, a um rio e causar a morte de inúmeras espécies nesse ambiente aquático. Isso gera um desequilíbrio nas cadeias alimentares e no ecossistema como um todo. E é importante ressaltar que nós, seres humanos, também corremos sérios riscos, porque esses compostos tóxicos não são eliminados do meio ambiente e, por isso, podem estar presentes nos nossos alimentos ou até mesmo na água que bebemos.
Diante desse panorama, é peremptoriamente necessário investir na reciclagem desses materiais eletrônicos, campo no qual ocorreram avanços pífios no Brasil nas últimas décadas. Isso geraria muitos empregos no mercado dos reciclados. Assim, transformaremos esse setor pouco lucrativo em um negócio rentável, um verdadeiro toque de Midas.

Análise dos frutos malditos

Desde o início da civilização, o homem sempre esteve em busca da riqueza e o ápice desse desejo certamente foi no capitalismo. Tal sistema econômico gera progressos, sem dúvida, porém fez germinar um abismo entre os mais abastados e os mais pobres conhecido como desigualdade social. Um dos frutos dessa árvore maldita é a violência, que pode ser vista de várias formas e de inúmeros ângulos.
No que tange aos fenômenos naturais, podemos observar a fúria de vulcões e de tornados. Esses fenômenos causam muitos prejuízos tanto econômicos como psicológicos, principalmente aos mais humildes que não têm como bancar tamanho desastre.
E no que se refere à violência das ruas, temos assaltos, sequestros, estupros. Tais fatores custam a morte de muitos inocentes, mortos por uma bala perdida(ou não). Nesse contexto, o Estado tenta, ainda que precariamente, impedir a disseminação desse mal.
Todavia, a violência tem várias faces e uma delas é a menos conhecida. Sob um outro prisma, é possível verificar a existência de uma violência que ocorre nas entrelinhas. São as mulheres que sofrem diariamente agressões dos maridos, trabalhadores intensa e indevidamente explorados, é o terrorismo psicológico a que todos estão sujeitos. Essa é uma forma sutil que quase sempre passa despercebida e a letargia da sociedade emperra uma busca de soluções para uma equação tão difícil de ser solucionada.
Portanto, a violência é uma chaga social que precisa de ações diversas para ser combatida por completo. Cortar apenas os frutos dessa árvore não adianta, é necessário cortar o mal pela raiz. Só assim teremos melhoras significativas tão almejadas pela sociedade.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sina do fumante

Eu fumo.

Eu morro.
Tu morres.
Ele morre.
Nós morremos.
Vós morreis.
Eles morrem.

Será isso um cachimbo?



Quando duas pessoas olham um quadro, os pensamentos que essa obra de arte provoca nelas é distinto. Em uma, pode suscitar admiração. Em outra, um profundo desgosto. Ou seja, sob diferentes prismas, as perspectivas se diferenciam e tal relatividade das coisas é explícita no cotidiano.
No que tange ao campo físico, o tamanho dos objetos sempre depende do referencial utilizado para fazer a comparação. Por exemplo, o planeta Terra é enorme se o compararmos a uma bola de futebol, mas tem um tamanho desprezível em relação à grandiosidade da Via Láctea.
Já no campo conotativo, as possibilidades apresentam-se quase que infinitas. No quadro do pintor surrealista René Magritte, está escrito "Isto continua não sendo um cachimbo". Nesse caso, o autor faz referência ao fato de a pintura apenas representar um cachimbo e não o ser de fato. Para uma pessoa que nunca tenha visto esse objeto, é apenas uma representação de algo abstrato, fruto da imaginação fértil do artista. Outro exemplo que é possível citar é a relação de afetividade que temos com objetos ou com a natureza. Para um estranho, uma árvore é desprezível, mas para quem cresceu brincando ao redor dela, ela carrega um significado indescritível.
Assim, pode-se afirmar sem sombra de dúvidas que tudo é relativo e que isso se deve à visão única que cada um possui do mundo. Graças a esse fato, podemos nos deleitar com a visão crítica dos filósofos ou com a ignorância tão presente em nossa sociedade.

domingo, 4 de julho de 2010

Baile de máscaras Veneziano

Desde a infância, os seres humanos são condicionados a seguirem várias regras. Vestir-se adequadamente e agir de maneira conveniente em cada situação cotidiana são apenas dois exemplos que pertencem a um grande conjunto de comportamentos que regem a vida na sociedade moderna. Tais influências, infelizmente, podem implicar infelicidade e há muitos exemplos em que isso é bem visível.
Na atual sociedade capitalista, somos encarados ou como consumidores ou como produtos de consumo. No que tange ao primeiro caso, fazemos isso para nos integrar ao meio onde vivemos. Temos sempre que observar as atitudes alheias e incorporá-las a nossa idiossincrasia. E ao inserirmos algo tão comum ao nosso jeito de ser, deixamos de ser nós mesmos. Esse fato ocorre todos os dias, ou seja, "morremos" todos os dias e acabamos com a riqueza única existente dentro de cada um. Como bem disse T.W. Adorno, "Em muitas pessoas já é um descaramento dizerem "Eu" ". Já na acepção de objeto, situação vivenciada por artistas e pessoas públicas, deixa-se de lado o ser coloca-se em destaque o parecer. Esses indivíduos são as "Barbies" e os "Kens" do mundo globalizado, em que é preferível a uniformidade à diversidade.
Nesse contexto, cabe ressaltar o "bom selvagem" de Rousseau: "o homem é bom, a sociedade é que o corrompe". Ou seja, se persarmos friamente, a liberdade de escolhas e de ser você mesmo é completamente inexistente. Somos eternamente induzidos pelas forças que permeiam o nosso meio a sermos como os outros desejam, a fazermos o que eles querem. Tal fato encontra alicerce na frase do filósofo Sartre "O inferno são os Outros", porque a chaga psicológica a que somos submetidos é, muitas vezes, fruto das pressões da sociedade. Sai de cena o sujeito e entra em cena o ator nesse eterno baile de máscaras Veneziano.
Enfim, vivemos em um tempo de restrições, há uma liberdade extremamente velada e uma enorme repressão nas entrelinhas da vida. Na natureza, de acordo com a seleção natural de Darwin, sobrevivem os mais adaptados ao meio. Na selva urbana, onde a competição é mais cruel, vence quem possui as melhores máscaras. É impossível diante de tal conjuntura não ser engolfado pelas mãos esculpidoras da sociedade.

Fênix

Olá a todos os visitantes ! Sejam todos bem-vindos (será que isso se adequa às novas normas?) !

Sempre tive desejo de ter um espaço para publicar textos. Por muito tempo, fatores como preguiça e falta de inspiração foram determinantes para adiar esse projeto. Outras variáveis também ocuparam lugar de destaque, mas não cabe aqui expor as chagas psicológicas a que eu fui submetido nos últimos anos. Aliás, nesse contexto, lembro-me do livro "Muitas Vozes", do Ferreira Gullar. Ele ficou muito tempo sem escrever e então resolveu escrever esse livro. Bom, não tenho nem de perto o talento dele para escrever poesia, tampouco elaboro maravilhas literárias de peso como o Fernando Pessoa ou como o Carlos Drummond de Andrade. Mesmo assim, pretendo me esforçar para publicar bons textos no blog. Quando possível, indicarei notícias relevantes que encontrar na mídia.
O leitor então deve estar se perguntando: o que leva esse autor(um mero mortal) a fazer um site? Simples: vontade de se comunicar, um desejo que, infelizmente, foi colocado em segundo plano diante de inúmeros afazeres do cotidiano. E quanto ao nome do blog? Realmente não foi o auge da criatividade. A intenção é exibir na maioria das vezes acontecimentos simples que implicam grande impacto no cotidiano. Por isso, o nome Tsunami Cotidiano. Não é aquele título "Oh my God", mas quebra o galho. Dita essas palavras finais, espero que gostem do resultado. Não hesitem em deixar os seus comentários. Um abraço ! JAS.