segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

As melhores coisas do Mundo

     Olá a todos !


     Vim, como de costume, tirar as teias de aranha que infestam esse site. Entendam, o autor que vos fala está sujeitos a tsunamis diários. Nem sempre é possível se comunicar quando se está no fundo desse oceano de informação e de conclusões nem um pouco animadoras.
     Mas eis que eu loco o filme As melhores coisas do Mundo. A direção é da Laís Bodansky - a mesma diretora de Bicho de Sete Cabeças - e o elenco é composto tanto por atores novos quanto por outros há muito tempo conhecidos, tal como Denise Fraga e Caio Blat.
     O assunto bullying foi trabalhado de uma forma PERFEITA, exatamente como acontece na realidade. O filme é uma leitura sensível da vida de muitos adolescentes na atualidade. E, devo confessar, apesar dos meus 22 anos, consegui me colocar no lugar de Hermano, o personagem principal. Aliás, parabenizo desde já - e com louvor! - o ator Frascisco Miguez que interpretou o protagonista. Apesar da timidez visível no making of do filme, ele conseguiu fazer um excelente trabalho. Meus sinceros elogios ! Também tiro o meu chapéu para a equipe do filme. Eu assisti a esse filme duas vezes- algo raro de acontecer- com prazer.
     Outro ponto forte do filme é a trilha sonora. Gostei particularmente da música As melhores coisas de Arnaldo Antunes em parceria com BID. 
     Olhem aqui eu falando de música ! Isso não é comum aqui. E fazendo um texto mais espontâneo e despojado. Não que eu não goste de fazer os textos formais. É que esse é mais tranquilo. Mais confessional. Mais leve.Mais confuso. Mais Amy Winehouse. Enfim, cheguei à conclusão de que é um milagre eu não estar em um sanatório. Pirei muito na viagem a Campinas. Muito sem noção. Estou de volta.
     Voltando ao filme...O preconceito em relação aos homossexuais é colocado de forma bem inteligente. E inesperada também. Como se não bastasse, ainda inclui o assunto suicídio devido a uma desilusão amorosa. E a primeira transa. E a separação dos pais.E a descoberta de uma paixão (nossa, essa parte foi para chorar, mas eu não chorei). Tentativa de mudar a realidade da escola. 
    Um filme que certamente provoca a ressurgência de nossas memórias. Um filme brasileiro com qualidade. ADOREI !
     Ah ! Outra música espetacular: Something, dos Beatles. 
     Por enquanto, fiquem com as músicas.


Something (Beatles)
http://www.youtube.com/watch?v=tisUfiNrTDM

As melhores coisas (Arnaldo Antunes)
http://www.youtube.com/watch?v=tisUfiNrTDM

Nunca é tarde (Klatu)
http://www.youtube.com/watch?v=Qixs918013M&feature=related

Tenham uma ótima semana !

domingo, 2 de janeiro de 2011

Malditos polvos e seus tentáculos

    As conquistas de Alexandre Magno constituem um belo exemplo histórico de como os seres humanos são capazes de expandir as fronteiras do próprio território para obterem mais riquezas e, também, para exercer mais domínio sobre outros povos. Foram esses ventos ambiciosos que impulsionaram as velas do imperialismo e dos processos de colonização. A partir desses exemplos, é possível inferir que o ser humano quebra e modifica muitas fronteiras, sejam elas geográficas ou psicológicas.
    A desagregação do antigo país Sérvia e Montenegro em outros dois países é uma prova incontestável de como as fronteiras físicas podem ser alteradas por motivação política e social, mesmo no século XXI. Outro caso memorável foi a aquisição de terras da Bolívia através do tratado de Petrópolis(1903). Foi assim que o Brasil passou a apresentar o estado do Acre. É importante ressaltar aqui a estreita relação entre as fronteiras e a soberania do Estado. Alterando-se os reis nesse jogo de xadrez político, é possível expandir o próprio tabuleiro e modificar o jogador nele presente.
    Já as fronteiras psicológicas são mais difíceis de transpor. A ganância dos homens para se obter mais recursos monetários apresenta um alto custo ambiental e social. Muitos para colocarem as mãos em pedras de diamante não hesitam em destruir tanto a natureza presente no local da extração desse recurso mineral quanto vidas. Chega a ser um pleonasmo vicioso afirmar nesses casos que as fronteiras da ética são atravessadas com a mesma facilidade com que se coloca um anel de brilhantes nos dedos. Uma frase do iluminadíssimo Voltaire resume bem essa situação: "Quando o assunto é dinheiro, todos têm a mesma religião.".
    Enfim, é triste constatar que, para expandirem os próprios territórios, os homens agem como polvos, envolvendo as terras desejadas com seus tentáculos e jogando tinta preta em quem os ameaça. E é ainda mais lamentável reconhecer que esses polvos malditos são maioria e,também, que os polvos bons estão à beira da extinção.