segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O fim dos haustórios

No que tange à atual conjuntura política brasileira, a impunidade impera de maneira assombrosa. Há vários indícios de desvios de verbas públicas no país tupiniquim, sendo alguns já comprovados por investigações. Nesse contexto, as próximas eleições são uma oportunidade preciosa de o eleitorado promover mudanças que impliquem benefícios para o país.
Ao votar, o eleitor seleciona o indivíduo que considera o mais apto a governar. Para isso, não basta se ater ao mundo imaginário minuciosamente planejado pelos publicitários nas campanhas televisivas. É necessário conhecer o histórico do candidato. Ora, se esse não possui valores éticos bem fundamentados, então não há motivos para elegê-lo, pois ele só trará prejuízos.
Esses prejuízos passam, sem dúvida, pelas mentes de muitos jovens que, ao se inteirar do quadro político, acabam por assumirem uma posição cética em relação a mudanças. Tal caso exige a seguinte reflexão: não se pode esperar que mudanças boas aconteçam com a mesma frequência que as águas torrenciais caem nas florestas tropicais. É preciso, pois, agir ativamente para que elas aconteçam e mudem os rumos da história.
É incontestável o poder que reside sobre o voto. Como diria a escritora Lya Luft, "a urna do voto secreto é um minúsculo espaço onde cada um de nós é rei". É através dele que se poderão eliminar das altas esferas do poder as plantas parasitas(os políticos) que, com seus haustórios(raízes parasitas), sugam a seiva elaborada( o dinheiro público) tão necessária para se efetivar as mudanças.

3 comentários:

Nina. disse...

O voto secreto surge a partir da derrocada moral de Roma. Passou-se a permitir a troca de tribos sem limite algum; portanto, um candidato nascido de uma tribo da cidade poderia se aproveitar da boa fama de uma tribo do campo e se candidatar por ela, mesmo sem compromisso algum com os que representava...surgem as alianças venais, cujo único objetivo era o poder pelo poder. Assim, os cidadãos começam a ter vergonha de declarar seu voto em voz alta; ora, passou-se a votar por conveniência, e não por coerência ideológica, e esses votos incoerentes poderiam manchar a reputação dos cidadãos.
Hoje isso perdeu seu significado, mas eu ainda não me sinto rei quando me enclausuro para votar. Já escolhi quase todos os candidatos, e estou razoavelmente satisfeita.

Anna Emília disse...

Joubert eu sempre gosto muito dos seus textos, gostei bastante do assunto deste em particular. Ainda não escolhi todos os meus candidatos e às vezes tenho a impressão que terei que apontar o menos pior, pois as propostas parecem todas iguais, supérfluas e sem comprometimento...

Nina. disse...

Ah, JAS...eu sou muito bem humorada. E adoro intervenção urbana. Por que não?