quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Praga constitucional

   Sem dúvida, a ambição dos homens é conflituosa quando o assunto é a preservação do meio ambiente. Devido a esse desejo irrefreável de acumular riqueza, muitas florestas deram lugar a selvas de pedra. E uma das consequências mais visíveis disso é o Novo Código Florestal Brasileiro, que configura um dos maiores retrocessos já vistos no que tange a cuidar da natureza.
   Os defensores dessa praga constitucional afirmam que diminuir para 50%- antigamente, 80%- a área de cultivo aumentará a produtividade, seja ela no cultivo de alimentos ou na criação de animais. Embora esse argumento seja seja lógico, ele é pífio se considerarmos as inovações no campo agropecuário. Graças ao maciço investimento em pesquisas, houve um crescimento substancial na produtividade. Esse sim foi um fator determinante na queda do preço dos alimentos e não o aumento de terras cultiváveis, como garante a senadora Kátia Abreu - presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
   Outro fato lamentável de se constatar é a anistia dos desmatadores. Ora, se desmatando ilegalmente eles já foram perdoados, imagine o que farão dentro da legalidade? Árvores em um futuro não muito distante só poderão ser vistas em livros de botãnica. Isso soa como música para os grandes latifundiários que, de agora em diante, continuarão a exercer mais influência.
   Aliás, esses poderão negociar diretamente com as Prefeituras e com os Estados ao invés de negociar com o governo federal. Não é preciso raciocinar muito para inferir que os Estados que apresentarem uma regra mais flexível irão se beneficiar mais em relação aos outros.
   Enfim, o retrocesso na questão ambiental é lastimável. Em vez de pensarem no desenvolvimento sustentável, muitos produtores preferem um lucro imediato. E assim observamos a expansão do "ecossistema" da selva de pedra e das florestas de soja e de outras monoculturas no Brasil.

Um comentário:

jorge amilton disse...

muito bom seu texto. trabalhou com a questão de que não é a expansão horizontal que fortalece a agricultura, mas a pesquisa e desenvolvimento das técnicas. usei esse mesmo âmbito em meu texto. enfim, se tiver tempo, veja meu blog: jorgeamilton.blogspot.com
e abraços
ps: achei o link no site do mestre Yeso