quarta-feira, 7 de julho de 2010

Será isso um cachimbo?



Quando duas pessoas olham um quadro, os pensamentos que essa obra de arte provoca nelas é distinto. Em uma, pode suscitar admiração. Em outra, um profundo desgosto. Ou seja, sob diferentes prismas, as perspectivas se diferenciam e tal relatividade das coisas é explícita no cotidiano.
No que tange ao campo físico, o tamanho dos objetos sempre depende do referencial utilizado para fazer a comparação. Por exemplo, o planeta Terra é enorme se o compararmos a uma bola de futebol, mas tem um tamanho desprezível em relação à grandiosidade da Via Láctea.
Já no campo conotativo, as possibilidades apresentam-se quase que infinitas. No quadro do pintor surrealista René Magritte, está escrito "Isto continua não sendo um cachimbo". Nesse caso, o autor faz referência ao fato de a pintura apenas representar um cachimbo e não o ser de fato. Para uma pessoa que nunca tenha visto esse objeto, é apenas uma representação de algo abstrato, fruto da imaginação fértil do artista. Outro exemplo que é possível citar é a relação de afetividade que temos com objetos ou com a natureza. Para um estranho, uma árvore é desprezível, mas para quem cresceu brincando ao redor dela, ela carrega um significado indescritível.
Assim, pode-se afirmar sem sombra de dúvidas que tudo é relativo e que isso se deve à visão única que cada um possui do mundo. Graças a esse fato, podemos nos deleitar com a visão crítica dos filósofos ou com a ignorância tão presente em nossa sociedade.

Um comentário:

Nina. disse...

Olá, Joubert! Muito interessante este post. Eu me lembro de uns quadrinhos do Adão Iturrusgarai (criador de "Aline" e "Kiki") que usavam esta obra como referência. Eu me diverti, mas em minha ignorância não a conhecia. Gostei muito de sua análise. Vou recomendá-la.