quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O novo homem vitruviano


          A concepção de beleza variou ao longo do tempo. Na Antiguidade Clássica, o padrão de beleza em Esparta equivalia ao atual biotipo dos atletas devido ao militarismo praticado nessa cidade-estado. Já no século XIX, a magreza estava associada à falta de saúde. E, no século XXI, a busca por um corpo perfeito polariza opiniões distintas. Afinal, será ela um atributo fundamental à existência humana?
         Para alguns, ser belo não é apenas causar uma boa impressão, mas também é uma garantia de perpetuar a espécie. Formas graciosas podem remeter a uma genética impecável, o que implicaria uma prole saudável e capaz de dar continuidade à história das civilizações. 
         Para outros, a beleza física é uma característica efêmera. Qualidades tais como bondade, honestidade e saúde contam muito mais do que um mero verniz de obra neoclássica, que logo sucumbirá à ação do tempo que passa não mais do que de repente.
         Entre as colocações destes e daqueles, qual é a mais interessante? Certamente as daqueles. Ora, seria ingênuo pensar que as relações interpessoais se processem apenas no âmbito das aparências. Embora essas contem, a afinidade no que tange aos gostos pessoais pesa muito mais na hora de firmar um novo relacionamento.
         Outro aspecto a ser considerado é o fato de que a busca incessante pela beleza não significa felicidade plena. Apesar de os "dorian-grays-do-século-XXI" recorrerem a muitos recursos - tais como cirurgias e suplementos - para não mudarem de aparência, isso nunca trará a satisfação que eles tanto procuram. É preciso reconhecer os limites do corpo humano.
         Bancar o objetivo de ser novo homem vitruviano é inútil e e sem propósito. A maturidade proporciona aos seres humanos características tais como compreensão, paciência e sabedoria, as quais superam a beleza física. E isso sim é um tesouro que deve ser guardado para as próximas gerações.

sábado, 24 de setembro de 2011

Ideia absurda

Boa noite !


Nossa, semana passada tive uma péssima ideia. Resolvi assistir Melancolia e depois uma peça de comédia. Detalhe: eu sai tão depressivo do filme que mal ri na peça, apesar de ser bem engraçada. Riria muito mais se estivesse melhor. 
Como de costume, não entendi o filme à primeira vista. Acredito que ele pede uma reflexão mais refinada. O ambiente externo de certa forma faz jus à brainstorming da personagem principal. É como se descobríssemos que o mundo não passa de um Baile de Máscaras, no qual a vida não tem mais sentido. Quando nos sentimos realmente tristes, somos capazes de atitudes impensáveis. Apesar disso, a melancolia, de acordo com o filme, parece uma forma interessante de poder aceitar o que não pode ser mudado. A metamorfose, de fato, é dolorosa. Deixar do estágio de lagarta para o de borboleta deve ser uma overdose hormonal estupenda. Mas, meus nobres, de que outra forma poderemos sair da Caverna tão comum de Platão ? Quero dizer, precisamos um dia sair da escuridão para passar a ver o mundo do jeito que ele é. 
É nessas horas que eu sinto falta de ter mais tempo para ler textos interessantes. Por isso, não tenho postado com frequência. Não gosto de postar textos de baixa qualidade, mas o tempo e os fatores mesológicos tem sido cruéis. Eu tenho deixado muitas coisas de lado.  Enfim...
Ah ! Acabei de ter uma ideia nova ( ainda não me conformo com a falta de acento na palavra ideia...). Esperem...

sábado, 17 de setembro de 2011

Planeta dos Macacos

Boa noite, ilustríssimos leitores !


Finalmente, o narrador bicho-preguiça-mor que vos fala resolve lembrar que, sim , ele possui um site abandonado. Seria isso uma síntese do dono deste espaço ? Não sei. Agora, tudo está mais ajeitado. Uma parte do meu compromisso anual já foi cumprida ! Enfim, posso relaxar um pouco em paz. Ah, mania de autometalinguagem cansa! Perdoem-me, mas eu não me aguento ! Sempre a mesma introdução.
Tenho um texto sobre uma crônica do Drummond, mas tiraram ele de mim !!!! Fogo, viu...
Assisti ao filme Planeta dos Macacos hoje. Ouvi dizer que há uma outra versão mais antiga que fez muito sucesso, mas não me informei a respeito. A atuação do ator James Franco é boa, e o longa metragem do "macaco mutante" até que não é tão bobinho assim. As questões éticas levantadas são interessantes. É claro, há apenas um viés cultural. Não se pode esperar uma discussão complexa em um filme de ação, mas ainda vale o ingresso.
Amanhã pretendo assistir ao filme Melancolia e à peça de teatro Os Difamadores, com o Emílio Orciollo Neto (não sei se o nome está correto). Preciso relaxar um pouco. Não saber onde estarei daqui a dois meses e no ano que vem causa uma tensão bem pesada. O jeito é administrar isso.


Abraço ! Boa semana !

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Poema de Cecília Meireles

Boa tarde a todos !


Não os atormentarei mais com os dizeres de que eu estou sem inspiração ou sem tempo para fazer texto. Para os que acompanham o blog, isso se tornou senso comum de tal forma que afirmar que eu não valorizo esse meio de comunicação passou a caracterizar um pleonasmo vicioso. E eis aí mais uma incoerência. Bom, melhor eu ficar quieto. Na falta de um texto melhor, deliciem-se com Cecília Meireles:


Mulher ao espelho



Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.

Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.

Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?

Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.

Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seus
e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.

Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Compressão mesológica

    Já me não convém o título de homem livre
    Sou um mero bloco orgânico esculpido pelas relações sociais
    Querem-me resistente como um diamante
    No entanto, sou apenas grafite, frágil,
    Um simples alótropo sujeito às forças elétricas
    tipicas da hibridação sp2
    Esperam ver em mim a singularidade de Camões
   A unicidade de Drummond
   E o brilho extasiante de Guimarães Rosa
   Todavia, sou um mortal comum
   Exigem-me o conhecimento de tudo
   Sim, de tudo mesmo !
   Impõem-me que eu saiba física,
   porém é difícil entender a realidade
   quando se vive dentro de um buraco negro
   Sim, caro leitor, a sociedade capitalista
   apresenta uma força gravitacional
   muito maior que a de Newton


    Em meio a tantas vicissitudes,
    tomar uma atitude é equivalente a ser
    herege na Idade Média
    Dessa forma, faz-se que nem os monges:
    Esconde-se os tesouros intelectuais e culturais


    Para os reis da mídia, é imperativo alienar
    Sim, nobre leitor, eles adoram teatro !
    Controlar mentes proporciona-lhes um prazer
    não encontrado em nenhuma droga existente
    O poder é o ópio que os apodrece
    Há um quê de Efeito Dorian Gray neles


   No final das contas, almejo um carpe diem
   com um quê de romantismo, e uma pitada
   de simbolismo, e a ousadia da primeira geração
   modernista, e a modernidade contemporânea, e,
   às vezes, a racionalidade parnasiana


   Sou, de fato, um fractal interminável
   A cada análise, relevo-me ainda mais estonteante
   O difícil é inferir isso em meio a um ambiente
   paupérrimo de reflexão.
   

sábado, 23 de abril de 2011

Um olhar sobre Realengo

      Imagine um choro, mas não um choro qualquer. Ouça gritos tão contundentes quanto os de uma mãe que acaba de perder um filho. E um olhar petrificado de quem olha para a Medusa. Depois de ponderar todos esses fatores, talvez você tenha noção do que se passou na Escola da Chacina de Realengo. 
      Comecemos então a lhe contar, nobre leitor, o fato de que o Inferno não precisa ser necessariamente um local exclusivo dos que não apresentam mais uma casca orgânica e mesquinha. Poderia ficar aqui tecendo todas as minhas opiniões críticas sobre o mundo atual - ou deveria dizer desfile de Vaidades contemporâneo ? Não tenho dúvidas de que essa é a era de Afrodite. O império de Atenas parece estar às ruínas, tal como o Partenon, e o aquecimento global têm deixado Poseidon furiosíssimo. E Deméter está de braços cruzados, sem poder ajudar os agricultores. Mas deixemos essa questão de lado e analisemos o caso proposto, caso contrário, fugiremos facilmente do tema.
      Arrumei a minha mochila como de costume. Sempre tive de colocar os livros, o lanche , a escova de dentes, o fio dental, a pasta de dente...Enfim, tudo o que era necessário para assistir às aulas daquele dia. Acordar até que foi fácil, o complicado era se arrumar. Ser menina não é brincadeira ! Haja pente nesse cabelo rebelde e comprido. Ah, como era bom essa existência inocente e livre de tantas responsabilidades...
     Um gole de café com leite. Pão com manteiga. Escovar os dentes arrumar a mochila. Conversar com os pais durante o café-da-manhã. E ir juntamente com a mamãe até o carro. Eis aí a síntese da manhã antes de estar na sala de aula. Não era um hábito meu realizar todas essas ações rapidamente, mas hoje acordei especialmente alterada. Pesadelo horrível ! A bomba de Hiroshima caiu como um míssil sobre a minha carne. E assim todo o meu eu físico se desintegrou. 
      Estou na sala. Estamos em meio a uma atividade recreativa. A professora ensina atenciosamente a experiência prática de que o feijão nasceu em meio ao potinho de algodão. Olhos faiscavam diante do espetáculo da vida. Se tudo parasse por aí, ótimo. Estaríamos muito bem. Porém, conhecemos o popular sentido oposto. Foices, facas, falas...Tudo isso me atravessou como o vento cortante que passa de repente. E, de fato , a intuição não era enfeite. Parece que, de alguma forma, alguém tentava me alertar sobre o perigo iminente.
      Subitamente, surgiu um jovem. Desde que o vi, senti a impressão de que a temperatura ambiente despencou aos patamares polares. O olhar dele era mais frio do que o de um felino preste a atacar a sua presa. A professora estranhou bastante a presença inusitada do rapaz. Ele fora ex-aluno na época em que a professora havia iniciado a carreira no magistério.
     Quando ele levantou os dois revólveres, o desespero foi geral. Senti a foice da morte tangenciando o meu corpo. Era como se ela estivesse em meio o um ritual macabro para me levar a outro mundo. A professora pedia misericórida ao "inquisitor". Esse dizia , a todo instante, que os impuros deveriam ser extintos da face da Terra. 
      Um menino gordinho começou a chorar, afirmando que não queria morrer. Para a surpresa de todos, o jovem armado garantiu que a vida do menino seria poupada. A calma expressa pela voz do homem jovem era assustadora. Um autêntico filme de terror, só que ao vivo e a cores.
     Ele ordenou o enfileiramento de 8 meninas. Todas se ajoelharam a pedido do "juiz da vida". Ele atirou em todas. A morte foi inevitável.
     Desde então, não sei mais o que se passa. Como eu sei de tantos detalhes? Simples. Eu sou uma das meninas mortas nessa tragédia. Desde que cheguei aqui do outro lado, não consigo me desapegar totalmente da minha família. O sofrimento deles me toca. É sufocante. Porém, é necessário que eu me desligue desse mundo. Não quero ser mais uma alma penada. 
     A morte é uma passagem interessante. Aprende-se muito. Ou você achou até aqui que eu era uma criança com inteligência fora do comum devido a esse vocabulário? Não. É que , quando chegamos do outro lado, a memória volta. Dito isso, não posso dizer mais nada. A existência é repleta de mistérios. Cabe a você descobri-los. Enquanto isso, mando os meus votos de esperança a essas famílias arrasadas por esse maremoto metálico que afetou muito mais do que 12 vidas.
  
       

sábado, 16 de abril de 2011

Relato fictício da tragédia de Realengo

   Casos de jovens que perderam a razão e o discernimento entre o certo e o errado são, infelizmente, mais comuns nos dias de hoje. Nos Estados Unidos, o mais famoso ocorreu em Columbine. No Brasil, no ano de 2011, houve um que chocou a todos: o massacre em uma escola pública de Realengo (RJ). A professora Maria M. estava na sala de aula dessa escola quando tudo aconteceu.
   Ela estava auxiliando as crianças a aprender mais sobre triângulos quando, de repente, surgiu um homem jovem e armado com dois revólveres. Maria M. ficou sem ação e muito aflita. O homem simplesmente ordenou o enfileiramento de 10 meninas e , também, que elas se ajoelhassem no chão. Olhava friamente cada uma. Em menos de dois minutos, atirou em todas elas de tal forma que nenhuma sobreviveu. Maria entrou em estado de pânico e começou a implorar misericórdia ao assassino, mas esse não demonstrou nenhum arrependimento. A situação só foi resolvida quando os policiais detiveram o bandido.

Joias da Amazônia

   A fauna e a flora são esculturas moleculares únicas produzidas ao longo do processo evolutivo das espécies. Todo esse patrimônio natural foi lentamente construído e gerou uma obra de beleza inigualável. Infelizmente, todos esses seres vivos estão em perigo. No Brasil, a demanda energética requer, para muitos, a construção de hidrelétricas na região Amazônica. Isso é um genuíno crime contra a natureza.
   Ora, os avanços tecnológicos produziram fontes de energia mais limpas, tal como a eólica e a solar. Apesar do alto custo de implantação, o impacto ambiental é muito menor. Uma possível solução seria, pois, investir maciçamente nesse tipo de matriz energética a fim de aumentar a eficiência e diminuir os custos envolvidos. Por isso, é um grande absurdo optar pela construção de obras faraônicas tal como as hidrelétricas de grande porte. É importante ressaltar o fato de que todos têm o dever de manter os recursos naturais e, também, de usá-los sabiamente. É assim que se sintetiza uma nação consciente dos próprios deveres.


OBS: eu olho a palavra joia sem acento e acho que falta um certo brilho ! 

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Fama, um cavalo de Troia

Olá, nobres leitores !


Iniciei os trabalhos novamente. Aleluia !!! Está difícil conciliar tudo. Estudo, preocupação com a concorrência de três digítos - sim, isso mesmo!- , vendendo coisas no Mercado Livre de vez em quando... Enfim, tempos corridos tal como os contra-alísios. Importante ressaltar que esses ventos são secos. Sim, caro leitor, estou bitolado ! 
Assisti ao filme O retrato de Dorian Gray. Confesso que não li o livro, mas a história parece interessante. O filme não é muito bom não. Eu gostei mesmo foi da história. Fiquei curioso para ler o livro. Aqui está o último texto que eu fiz. Reparem como estou enferrujado. 


   Atingir o areté  -ideal de perfeição humana- era uma meta para os gregos na Antiguidade Clássica. Prova disso são as belas esculturas gregas que eternizaram os deuses do Olimpo. Hoje em dia, os mortais às vezes apresentam o objetivo doentio de permanecerem na mente das gerações futuras. E o caminho mais fácil-e tortuoso!- de se alcançar esse desejo é através da fama. Essa é, infelizmente, um ópio na sociedade atual.
   Ora, se não é muito interessante perseguir esse vício, o que o motiva? Simples. O senso comum associa fama ao enriquecimento fácil e desprovido de esforço. E mais: todo esse "pacote maravilhoso" ocorre em um curto período de tempo. Na verdade, a fama está mais para um "cavalo de Troia" do que para uma bênção propriamente dita. Muitos se esquecem de que a fama pode ser tão fugaz quanto a passagem do cometa Haley. O que pode eternizar uma pessoa é o reconhecimento por ações louváveis e não por pousar diante dos flashs no red carpet.. E assim os mortais perdem o seu lugar no Olimpo.




Como se pode ver, falta fluência, originalidade. O final é um pouco problemático. E eu ainda tenho algumas ideias para desenvolver em outros textos. Quem sabe no próximo post.
Até lá !
Tenham todos uma excelente semana !

segunda-feira, 7 de março de 2011

Falsos deuses do Olimpo

Olá a todos !


    Continuo por aqui o momento "crítico de cinema", ou seja, aproveitei o feriado para assistir a mais um filme. Dessa vez, fui ao cinema e vi o documentário ganhador do Oscar 2011 Inside Job - traduzido como Trabalho Interno - do diretor Charles Ferguson. 
    O filme aborda as causas da crise econômica de 2008 que causou estragos significativos nas economias globais. Para ser bem sincero, eu não consegui entender tudo expresso no documentário. A quantidade de informações é grande. Enquanto você começa a pensar em uma, os entrevistados lançam outras, assim como o repórter. Aliás, esse jornalista provocou a ira de alguns entrevistados, o que foi engraçado. 
    O mérito maior dessa obra cinematográfica foi, sem dúvida, a demonstração da vida obscura de muitos banqueiros mal intencionados de Wall Street. É incrível constatar que a desgraça de muitos cidadãos americanos que perderam boa parte de suas economias gerou o lucro de poucos. E o pior: essas "sanguessugas de dólar" continuam a andar livremente nas ruas.Há crimes a ser investigados. Isso existe para quem possui enorme poder aquisitivo? É óbvio que não !
     Enfim, você sai da sessão com nojo e com a nítida impressão de que a humanidade não tem salvação. E imaginar que muitos culpados da crise estão infiltrados no governo de Obama e nas MELHORES - sim, acredite - universidades dos Estados Unidos. Há professores de economia de Harvard, por exemplo, que dão consultoria a empresas as quais nem cogitam a hipótese de mudar de atitude a fim de evitar novas crises. Resultado disso: mais economistas alienados no mercado. E assim eles tentam adquirir um toque podre de Midas. E os indivíduos ingênuos que neles confiam ficam paralisados diante de tanta peçonha. Pelo visto as crises de 1929 e a de 2008 não foram suficientes para apagar a ganância nem o egocentrismo desses falsos deuses do Olimpo. 


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Filme Bravura Indômita, 127 Horas e aviso

Olá a todos !

     Esse final de semana eu passei no cinema. De novo ! Comecemos então com o filme Bravura Indômita.
     Os figurinos usados foram bem condizentes com o clima de faroeste. Fiquei impressionado com a qualidade dos diálogos. Eu não esperava tanto. O ambiente também foi bem escolhido para a história. As paisagens escolhidas são belas e relevam a falta de esperança interior das personagens. A atuação foi boa, mas alguns atores não me convenceram. O filme é morno. Não me envolveu tanto como o Cisne Negro.
     Quanto ao 127 horas, foi muito bem produzido. O roteiro é extremamente previsível, de fato. Porém, nesse caso, a visão do diretor fez a diferença. Ele focou mais na condição do personagem, e não em algo óbvio do tipo um super heroi que o salva. A atuação do ator principal James Franco foi impecável, principalmente na cena de amputação. Eu tive que fechar os olhos. Foi muito bem feita ! Até demais...E os ambientes selecionados fazem diferença. Em momentos felizes, céu azul e poucas plantas em volta. Em momentos sombrios, a escuridão das rochas. O pouco período de banho de Sol enquanto a personagem encontra-se presa no buraco releva a esperança de se salvar. Enfim, foi muito bem feito !
     Devido à volta às aulas, os posts ficarão mais espaçados. Conforme eu produzir mais textos, procurarei colocá-los aqui no final de semana. Preciso resolver um problema que me aflige !
    Boa semana ! Abraço !

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Cisne Negro

Olá a todos !


   Primeiramente, gostaria de cumprimentar as novas visitantes do blog, Mari e Carla. Agradeço pelos comentários do post A importância da leitura . Confesso que fiquei surpreso, pois o texto foi postado no último dia do ano de 2010. Se quiserem, fiquem à vontade para ver os textos mais antigos e comentar. Será um prazer analisar as suas críticas ! Ah ! E não posso me esquecer da Nina que, mesmo estando na praia, não deixa de acessar o meu blog.   Não sabe como isso me deixa feliz ! Feitas as devidas considerações, vamos a mais um post !
   Sem dúvida, o filme Cisne Negro é um divisor de águas na carreira da atriz Natalie Portman. A atuação dela foi impecável. O filme retrata com extrema nitidez a situação de uma pessoa em busca da perfeição máxima. Se analisarmos friamente, poderemos retirar belíssimas metáforas. Eu certamente as reservarei para futuros posts. Será que vale a pena sofrer tanto para sentir a brisa da glória, da fama e do recohecimento? Quantas vezes deixamos de ser nós mesmos para satisfazer os outros ? 
   Não direi mais que isso, caros leitores. Quero que vocês assistam ao filme e comentem a respeito. Enquanto isso, retirarei algumas penas negras das minhas costas. Às vezes, sou um cisne negro. Às vezes, um cisne branco. Enfim, sou uma metamorfose ambulante. 


Até mais, belos cisnes !
   



sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O golpista do ano

Olá a todos !


    Assisti nessa semana a um dos piores filmes da carreira do Jim Carey. O nome do filme? O Golpista do Ano (I love you Phillip Morris). De início, já verificamos um competentíssimo trabalho de tradução do título. Sim, eu sei que mudam o título para melhor se aproximar ao significado do filme. Mas por favor ! Manter o significado original seria O MÍNIMO.
   O filme é classificado como comédia. Eu não ri em nenhum momento. Ou seja, o filme não divertiu, sem falar que o roteiro é lamentável.
   Saudades da época em que o Jim Carey participava de bons filmes...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

As melhores coisas do Mundo

     Olá a todos !


     Vim, como de costume, tirar as teias de aranha que infestam esse site. Entendam, o autor que vos fala está sujeitos a tsunamis diários. Nem sempre é possível se comunicar quando se está no fundo desse oceano de informação e de conclusões nem um pouco animadoras.
     Mas eis que eu loco o filme As melhores coisas do Mundo. A direção é da Laís Bodansky - a mesma diretora de Bicho de Sete Cabeças - e o elenco é composto tanto por atores novos quanto por outros há muito tempo conhecidos, tal como Denise Fraga e Caio Blat.
     O assunto bullying foi trabalhado de uma forma PERFEITA, exatamente como acontece na realidade. O filme é uma leitura sensível da vida de muitos adolescentes na atualidade. E, devo confessar, apesar dos meus 22 anos, consegui me colocar no lugar de Hermano, o personagem principal. Aliás, parabenizo desde já - e com louvor! - o ator Frascisco Miguez que interpretou o protagonista. Apesar da timidez visível no making of do filme, ele conseguiu fazer um excelente trabalho. Meus sinceros elogios ! Também tiro o meu chapéu para a equipe do filme. Eu assisti a esse filme duas vezes- algo raro de acontecer- com prazer.
     Outro ponto forte do filme é a trilha sonora. Gostei particularmente da música As melhores coisas de Arnaldo Antunes em parceria com BID. 
     Olhem aqui eu falando de música ! Isso não é comum aqui. E fazendo um texto mais espontâneo e despojado. Não que eu não goste de fazer os textos formais. É que esse é mais tranquilo. Mais confessional. Mais leve.Mais confuso. Mais Amy Winehouse. Enfim, cheguei à conclusão de que é um milagre eu não estar em um sanatório. Pirei muito na viagem a Campinas. Muito sem noção. Estou de volta.
     Voltando ao filme...O preconceito em relação aos homossexuais é colocado de forma bem inteligente. E inesperada também. Como se não bastasse, ainda inclui o assunto suicídio devido a uma desilusão amorosa. E a primeira transa. E a separação dos pais.E a descoberta de uma paixão (nossa, essa parte foi para chorar, mas eu não chorei). Tentativa de mudar a realidade da escola. 
    Um filme que certamente provoca a ressurgência de nossas memórias. Um filme brasileiro com qualidade. ADOREI !
     Ah ! Outra música espetacular: Something, dos Beatles. 
     Por enquanto, fiquem com as músicas.


Something (Beatles)
http://www.youtube.com/watch?v=tisUfiNrTDM

As melhores coisas (Arnaldo Antunes)
http://www.youtube.com/watch?v=tisUfiNrTDM

Nunca é tarde (Klatu)
http://www.youtube.com/watch?v=Qixs918013M&feature=related

Tenham uma ótima semana !

domingo, 2 de janeiro de 2011

Malditos polvos e seus tentáculos

    As conquistas de Alexandre Magno constituem um belo exemplo histórico de como os seres humanos são capazes de expandir as fronteiras do próprio território para obterem mais riquezas e, também, para exercer mais domínio sobre outros povos. Foram esses ventos ambiciosos que impulsionaram as velas do imperialismo e dos processos de colonização. A partir desses exemplos, é possível inferir que o ser humano quebra e modifica muitas fronteiras, sejam elas geográficas ou psicológicas.
    A desagregação do antigo país Sérvia e Montenegro em outros dois países é uma prova incontestável de como as fronteiras físicas podem ser alteradas por motivação política e social, mesmo no século XXI. Outro caso memorável foi a aquisição de terras da Bolívia através do tratado de Petrópolis(1903). Foi assim que o Brasil passou a apresentar o estado do Acre. É importante ressaltar aqui a estreita relação entre as fronteiras e a soberania do Estado. Alterando-se os reis nesse jogo de xadrez político, é possível expandir o próprio tabuleiro e modificar o jogador nele presente.
    Já as fronteiras psicológicas são mais difíceis de transpor. A ganância dos homens para se obter mais recursos monetários apresenta um alto custo ambiental e social. Muitos para colocarem as mãos em pedras de diamante não hesitam em destruir tanto a natureza presente no local da extração desse recurso mineral quanto vidas. Chega a ser um pleonasmo vicioso afirmar nesses casos que as fronteiras da ética são atravessadas com a mesma facilidade com que se coloca um anel de brilhantes nos dedos. Uma frase do iluminadíssimo Voltaire resume bem essa situação: "Quando o assunto é dinheiro, todos têm a mesma religião.".
    Enfim, é triste constatar que, para expandirem os próprios territórios, os homens agem como polvos, envolvendo as terras desejadas com seus tentáculos e jogando tinta preta em quem os ameaça. E é ainda mais lamentável reconhecer que esses polvos malditos são maioria e,também, que os polvos bons estão à beira da extinção.